A conferência do professor e pesquisador José Marques de Melo, a homenagem ao professor Nilson Lage e os lançamentos do Prêmio Daniel Hertz e da Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo foram os destaques, no noite de ontem, da abertura oficial do 10º Encontro do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, que acontece até a Segunda, 30, na UFG (Universidade Federal de Goiás), em Goiânia.
Marques de Melo fez uma exposição sobre os 60 anos de ensino de jornalismo no Brasil, desde a proposta de criação da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), feita por Gustavo de Lacerda em 1908, e que representava a necessidade de formalização da profissão. Em 1918, este mesmo tema foi discutido durante o I Congresso dos Jornalistas no Brasil.
Somente em 1947 surgiu o primeiro curso de jornalismo no país, da Faculdade Cásper Líbero. No ano seguinte, a antiga Universidade do Brasil (atualmente UFRJ) criou o primeiro curso público de jornalismo no Brasil. Uma curiosidade, no entanto, é que mesmo sendo privado, o curso da Cásper Líbero era gratuito, para formar mão-de-obra qualificada para as empresas de comunicação do próprio Cásper Líbero.
Fazendo um balanço destes 60 anos, Marques de Melo listou como positivo o fato de o país ter criado "um modelo verde-amarelo" de ensino de jornalismo, combinando influências norte-americanas e européias. Para ele, o jornalismo melhorou com a presença das universidades.
Como aspecto negativo, o pesquisador destaca o fato de ainda ser precária a integração do ensino de jornalismo com o mercado e com a sociedade. Além disso, Melo se posicionou de forma contrária à proibição do estágio na área de jornalismo. "Somos a única profissão onde o estágio é proibido, embora seja praticado", disse.
Melo atacou ainda as "fábricas de diplomas" e disse que é necessário "separar o joio do trigo", privilegiando as boas faculdades em detrimento das que apenas procuram atender à demanda da "corrida ao diploma".
Bem humorado, o pesquisador veterano começou a sua conferência pedindo desculpas por não ter mais o vigor de 39 anos atrás, quando esteve na mesma Universidade Federal de Goiás para contribuir para a formação do curso de jornalismo. Melo também arrancou risos da platéia quando disse que o ensino de jornalismo é uma instituição sexagenária, e portando precisa ser mais "sex" e criativa.
sábado, abril 28, 2007
O balanço de uma instituição "sex"
Postado por Vitor Menezes às 13:52
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