quinta-feira, julho 26, 2007

Carioquice tem hora

Esse umbiguismo carioca tem hora que irrita. Agora estão em campanha para ser cabeça de rede da TV Brasil, a TV pública que está em gestação no governo federal. Entre os integrantes da campanha estão inclusive muitas entidades que apóio e as quais sou filiado — como o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo — mas que, neste ponto específico, tem a minha discordância. O principal argumento pró-Rio é o de que a emissora garantiria a sua independência em relação ao poder, além de poder usufruir de todo o aparato técnico e a experiência que tem a TVE-RJ.

Não vejo boa sustentação em nenhum dos dois argumentos. Com relação ao primeiro, é claro que a localização não garante a independência. Quanto ao segundo, não parece tão vital que, para existir, uma TV precise estar fisicamente próximo de onde se gera a tecnologia para a existência de TVs (se assim fosse, todas as TVs do mundo seriam nos EUA ou no Japão).

Para mim tem mais peso outra premissa: a de que é preciso desconcentrar a produção audiovisual do Brasil, muito concentrada no Sudeste. Não vejo problema algum se a nova TV Pública tiver Brasília como cabeça, desde que tenha compromisso de ser uma rede de fato, com produções por todo o país. No fundo, com esta concepção, ela pode ser em qualquer lugar, mas se é para escolher um, porque não a capital do país? E se é para se afastar do poder central, porque não Recife, Fortaleza, Natal, ou Salvador (em homanem à primeira capital do Brasil)?

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