Do outro lado do quarteirão, o movimento dos bares e bocas continuava normalmente, num mundo cáustico repleto de seres que preferiam ver pela TV os eventos que aconteciam ali na esquina. Estavam revoltados. Principalmente quando não conseguiam ouvir a TV, abafada pelo som dos tiros e sirenes. Às 20h, uma senhora de cerca de 70 anos, conhecida como Vovó Cris, chegava ao seu posto de trabalho, na outra esquina do quarteirão, sem saber o que acontecia. “Meu Deus, que absurdo! Esse Rio de Janeiro não tem jeito, tá muito perigoso”, comentava assustada com os clientes que chegavam e saíam rapidamente. Mais tarde, porém, uma cena comovente: Vovó Cris recuperaria a esperança na sociedade quando um dos policiais a ajudou a atravessar a rua.
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