terça-feira, setembro 18, 2012

A promessa da Rodovia Transcontinental


Quando se fala em infraestrutura no Brasil, quase sempre se observa que a ligação de transporte se dá ao longo do litoral. A BR 101 é um destes casos, o que apresenta uma certa desconexão do interior do país com o litoral para o escoamento da produção pela via portuária.

Atualmente existem diversos projetos para serem criados portos na área litorânea do Rio de Janeiro e Espírito Santo, dos quais ganha destaque o Porto do Açu. Entretanto, com uma obra desse porte, é preciso pensar também na logística interna, ou seja, as linhas rodoviárias e ferroviárias.

No contexto de linhas ferroviárias, o Governo Federal lançou recentemente o Plano Nacional de Logística, que prevê amplos investimentos neste setor. Regionalmente, este plano aponta a ferrovia Rio-Vitória para ser reativada. Mais um caso de logística de transporte verticalizada, cruzando apenas o litoral.

Entretanto, há um projeto ferroviário previsto que interliga o Centro-Oeste ao litoral fluminense, cruzando a região Noroeste Fluminense, que é a chamada Ferrovia Transcontinental (pode ser identificada também pela sigla EF-354). Esta ferrovia faz parte de um grande projeto que interliga o interior do Brasil, melhorando a área de transporte em estados como Minas Gerais, Goiás, Rondônia, Mato Grosso, etc.

Olhando do ponto de vista local, também é uma oportunidade de favorecer os investimentos na área produtiva do Noroeste Fluminense, por este contar apenas com linhas rodoviárias para transporte, e mesmo assim ficando bastante desfavorecida por questões geográficas. Entre estas condições, cito a distância de grandes centros e a inexistência de transporte ferroviário, fluvial e aéreo, o que desestimula os investimentos, e consequentemente a geração de empregos e renda mais a arrecadação de impostos.

Esta pode ser uma boa chance para a região mais pobre do Estado do Rio de Janeiro conseguir se tornar mais interessante para novas oportunidade de investimentos. Pode ser um estímulo às empresas locais de diversas formas. Por exemplo, um dos Arranjos Produtivos Locais é o de pedras ornamentais, que pode ter um impulso maior através da maior facilidade de exportação promovida por esta interligação. Para isto, é preciso agora aproveitar bem as oportunidades que aparecerem.


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