Comemorar para transformar
Gerson Dudus, no Observatório da Imprensa (Íntegra aqui)
Numa terça-feira, 1º de julho de 1862, sai da tipografia de Seraphim Tavares de Oliveira Nichteroy o primeiro número do Monitor Macahense, e na sexta-feira, o número dois. Desde então, mais de 70 jornais circularam pela cidade de Macaé (RJ), alguns durando poucas edições, outros tendo uma vida longa e representativa dos anseios da população, das diatribes políticas e das transformações pelas quais a cidade passou.
O primeiro jornal da cidade seguia a linha do Partido Conservador. A partir de 1880, a imprensa macaense se envolveu com duas questões importantes: a República e o Abolicionismo. Tivemos jornais contra e a favor, como os importantes O Constitucional e O Século. Este marcou época pela combatividade e relevância: era republicano e antiescravagista.
Hoje, em 2012, a cidade conta com apenas um semanário – o Expresso Regional – e dois diários – O Debate, que existe desde o século passado (1976), e o Diário da Costa do Sol, que começou a circular no século 21. Todos têm um histórico de relações íntimas com forças políticas da cidade e da região, que os financiaram ou financiam. Disso resulta que, nestes últimos 20 anos, não tivemos um jornalismo isento, que primasse pela cobertura dos fatos respeitando e dando voz a cada um dos lados envolvidos naquilo que reporta. O jornalismo que manteve independência do poder foi feito por idealistas, como o Macaé Jornal, que surgiu na década de 1990, consciente do seu mandato social. Este tabloide prestou os serviços de fiscalização do poder e lealdade para com os cidadãos. Ele desapareceu, pressionado pelos processos movidos por políticos no poder.
Publicação original na íntegra: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed701_comemorar_para_transformar
sexta-feira, julho 06, 2012
Leia artigo de Gerson Dudus sobre os 150 anos de imprensa de Macaé
Postado por Vitor Menezes às 16:36 Marcadores: artigo, gerson dudus, macaé
2 comentários:
O amigo Gerson Dudus, mais poeta que jornalista, peca ao dizer que nos últimos 20 anos Macaé não teve um jornalismo isento. Ele mesmo revela, em seu dizer, que os primeiros jornais eram ligados a correntes políticas e econômicas. E pergunto: qual o jornalismo isento? O único que conheci foi O Pasquim. Mesmo assim, quase isento. Os interesses podem não ser financeiros, mas ideológicos, eleitorais, partidários etc.. mas sempre haverá interesse.
Qual o jornalismo isento, Avelino?
O do jornal O Diário! Tem aí um jornal independente!
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