quinta-feira, maio 17, 2012

A obra síntese do governo Rosinha


Foto: Gerson Gomes - Divulgação PMCG


Com a proximidade das eleições municipais, começarão os balanços de governos e os ataques e defesas comuns à disputa iminente. Às vezes por estar muito ocupado, às vezes por estar muito enfadado, tenho comentado pouco aqui no blog questões locais — na verdade, tenho comentado pouco quaisquer questões.

Mas, caminhando hoje pela avenida José Alves de Azevedo, me dei conta do quanto a obra da chamada Beira Valão pode ser tomada como uma espécie de síntese do atual governo municipal, tanto nos seus erros quanto nos seus acertos.

Assim como neste projeto, o governo cuida, em geral, melhor do paisagismo do que das questões estruturantes e de planejamento. As flores e os arcos melhoraram muito o aspecto do canal, mas a água podre continua a correr em seu leito.

Assim como neste projeto, a política para o ciclista é inexistente, e aquela faixa sobre a calçada, que chamaram de ciclovia, revela mais o desleixo com este tipo de transporte do que uma possível preocupação.

Assim como neste projeto, a transparência nos gastos municipais continua a ser um sonho distante, como qualquer cidadão pode conferir em uma visita ao “Portal da Transparência”, com suas enigmáticas rubricas como “Obras e instalações”, ou “Outros serviços de terceiros”.

Assim como neste projeto, a história e a cultura do município não são prioridade do governo. A obra em nada faz referência à importância histórica do local e nem um mísero monumento ou memorial foi previsto pelos arquitetos.

Mas, assim como neste projeto, o pouco que se fez deverá parecer muito aos olhos de uma população que experimentou dias em que mal havia prefeitura para se cobrar algo, tamanho o abandono. Isso será suficiente para reeleger a prefeita com tranquilidade, caso não ocorra alguma daquelas tradicionais intempéries judiciais. Bastará comparar a Beira Valão atual com a Beira Valão dos recentes governos anteriores.

3 comentários:

Gustavo Alejandro disse...

Os garotinho são como a democracia: os piores, tirando o resto da classe política local.

X-cãopião disse...

Essa obra do Beira-Valão, à noite,mais parece um túnel do tempo antigo, com a iluminação (?) favorecendo todo tipo de necessitado que por lá cisme de perambular.

Anônimo disse...

Em comentário de nota abaixo. Para mim estas e outras utilizações explicam a decisão de sua construção por preços muito acima do razoável deste equipamento público dito que para funções culturais, mas, um bom exemplo da apropriação do público para fins particulares, mesmo que sob a frágil argumentação de aluguel, cessão ou algo similar.

"Roberto, O CEPOP, construído com dinheiro público, tão bem falado pela PMCG pode ser usado para "feirão de carros usados" ???? Isto mesmo, o CEPOP é anunciado na TV como local para Feirão de carros usados. Onde está o Ministério Público? Será que está comprado? Será que ninguém vê essas coisas? Como denunciar?"

http://robertomoraes.blogspot.com.br/2012/05/questionamento-do-leitor-sobre-o-uso-do.html

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