Manifesto moderno
Na última sexta-feira, no centro do Rio, foi criada a Confraria dos Campistas Modernos, uma dissidência da Confraria dos Campistas que acontece toda última quarta-feira do mês, na Glória, e já reuniu honrosos nomes da terra plana como o ex-presidente da república Anthonny Garotinho. A cúpula dos modernos é formada por João Paulo Arruda, Felipe Sáles e o ausente César Ferreira, que é tão moderno que ainda nem sabe. A cerimônia solene contou com a apresentação do bloco de carnaval Escravos da Mauá, além de diversos convidados. Na ocasião, foram discutidas algumas normas do regimento e, dentre outras burocracias, aconteceu a primeira degustação extra-oficial de fandangos. O próximo passo é a confecção de um uniforme da Confraria no qual teremos a imagem da involução, começando com um homem moderno de pé e culminando com a representação de um macaco, sorrateiramente sabotado por uma pedra no caminho de seu próximo passo. Nossa última missão, ultra-secreta, esteve segunda-feira nas bancas de jornais de todo o Brasil em forma de mensagens subliminares. Além disso, passamos todo o fim de semana em intensos debates, buscando estratégias para aglomerar modernos perdidos no tempo. Mas foi um fracasso. Excessivamente exaltados, acabamos conquistando muitos inimigos, pobres mortais fora de moda, incapazes de reconhecer a grandeza da nossa odisséia.
Em breve novas revelações.
Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2005.