Literatice
A Revista Pesquisa da Fapesp publicou um conto deste que vos digita. O título é Porque tudo é dor, meu chapa. Eu ainda não vi, mas Jules Rimet já tratou de comprar a revista. Siga este exemplo. Enquanto isso, segue outro conto, da linha do finado blog Vórtex Você:
Iskindor, iskindor
De terninho engomado, me apresento no sambão das quartas. Mestre dos sem-cerimônia. No gingado, atravessando o mar vermelho que é a multidão no frenesi do baticum. No início, só apreciando. Mas não resisto e dou uma apalpadela no bundão balouçante duma mulata rebolativa. Bodêlér, o cão cheiroso de estimação do muquifo, pulula atrás do próprio rabo, até cair a ficha, pela caralhésima vez, que é cotó. A mulata pisa nas tamancas, mas eu não dou trela e esgueiro. Putaça com o despeito, vai pro meio da roda de samba e confidencia com os percussionistas. Bodêlér corisca as pulgas como se fosse ritmista. A mulata, nas minhas costas, enfia varetinhas de repicar pandeiro nos meus ouvidos, ranhetando isquindô, isquindô. Cato cavaco. Baque surdo. Depois disso, tudo o que sinto é perfume de sândalo e esguicho quente na minha boca aberta. Sapralá, Bodêlér.
domingo, março 06, 2005
Postado por Jorge Rocha às 09:00
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