quarta-feira, março 26, 2003

Jornalismo agoniza
“O jornalismo está em decadência. Os jornais se acomodaram. As assessorias e agências mandam tudo pronto”. “Os jornais estão morrendo”. As frases são do fotógrafo Evandro Teixeira, 40 anos de Jornal do Brasil, em palestra na noite da terça, 25, no mini-auditório da Fafic (Faculdade de Filosofia de Campos). Depois de uma exposição de fotos de sua longa trajetória — passando pelas ditaduras chilena e brasileira, o especial sobre Canudos, personalidades e favelas do Rio — o veterano repórter admitiu que, atualmente, dificilmente tal material seria produzido. “A solução hoje é criar os seus projetos”, respondeu a um fotógrafo que estava na platéia. Saudosismo de quem, aos 66 anos, diz que prefere filme à máquina digital? Não parece. A realidade confirma o desânimo de Teixeira: redações cada vez mais enxutas, noticiários cada vez mais parecidos, raríssimos correspondentes, acomodação, exploração de estagiários... Um rosário de problemas de desestimular o mais ávido dos jornalistas. Mas ainda há o exemplo de Evandro, e o sangue novo de quem anda descontente com os rumos do jornalismo. E há a internet, que continua sendo um vasto campo para a produção alternativa.

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