terça-feira, novembro 12, 2013

EBC cobre greve dos jornalistas da própria empresa

Algumas vezes este blog tratou de comunicação pública e do papel desempenhado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), como exemplo de serviço jornalístico que cobre as ações do governo, os temas da cidadania, sem cair no tom publicitário das assessorias.

Abaixo, mais exemplo que deveria ser seguido pelas empresas privadas de comunicação e, especialmente, pelos departamentos e secretarias de comunicação de estados e municípios.

A EBC está cobrindo, com honestidade jornalística, a greve dos próprios funcionários. Confira uma das matérias da cobertura:



Assembleia dos funcionários da EBC [Foto: José Cruz/ABr]       
Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação mantêm greve
08/11/2013 - 20h23

Da Agência Brasil

Brasília - Os funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram hoje (8) continuar em greve, depois de assembleia realizada em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Eles estão parados desde as 16h de ontem (7).

Criada em novembro de 2007, a EBC é responsável pelo funcionamento da Agência Brasil, do Portal EBC, de oito emissoras de rádio AM/FM/OM (Nacional e MEC), da Radioagência Nacional, da TV Brasil e da TV Brasil Internacional. A EBC opera ainda, por contrato da Secretaria de Comunicação da Presidência da República com a Diretoria de Serviços, o canal de TV NBR, o programa de rádio A Voz do Brasil, dentre outros serviços. A empresa tem 2.151 empregados.

A greve dos empregados da EBC foi aprovada em assembleia na última terça-feira (5) quando os funcionários rejeitaram a proposta apresentada como a última possível pela empresa, nas negociações.

Pela proposta, os salários teriam reajuste de 5,86%, referentes às perdas da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais ganhos reais de 1%, divididos da seguinte forma: 0,5% em 2013 e 0,5% em novembro de 2014. O auxílio-creche seria reajustado em 5,95%. Os trabalhadores ainda receberiam um tíquete-alimentação extra de R$ 832 em dezembro de 2013 e outro em dezembro de 2014, corrigido pela inflação acumulada no período.

Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Jonas Valente, os trabalhadores vão tentar conversar novamente com a empresa até a próxima segunda-feira (11), quando se realiza nova assembleia, às 13h.  “Caso a greve continue depois da segunda, decidimos fazer um ato em frente ao Ministério do Planejamento, que é quem determina a assinatura do acordo coletivo”, disse Jonas. Para o coordenador do sindicato, é preciso que o governo federal valorize a comunicação pública ampliando os investimentos na EBC e em seus trabalhadores.

Os funcionários permanecem defendendo contraproposta de reajuste salarial de R$ 290 para cada servidor e aumento de 11% no valor do tíquete-alimentação. E também querem que a data-base, hoje em outubro, seja transferida para maio.

De acordo com o diretor de Administração e Finanças da EBC, Alexandre Assumpção Ribeiro, a empresa entrará, até segunda-feira, com ação para julgamento de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Agora, com o julgamento do dissídio, a EBC voltará à proposta anterior apresentada no início das negociações aos empregados. Nela, foi proposta a correção pelo IPCA, de 5,86%, e o mesmo percentual para benefícios, exceto o auxílio-creche, que seria reajustado em 5,95%. “Estamos procurando uma instância neutra que dará uma decisão a qual vamos acatar”, disse.

Segundo o diretor, a EBC continua respeitando o direito de greve, mas a intenção, com a ação para a instalação do processo de dissídio, é manter os serviços funcionando. “A empresa espera que o dissídio seja julgado rapidamente. A EBC tem uma missão muito nobre que é ser um grande canal de comunicação pública”, observou Assumpção.

Para Jonas Valente, a decisão do dissídio demanda a anuência das duas partes e diz que não há deliberação de assembleia, nem posição das entidades que estão na negociação, no sentido de apelar a este recurso. “Nós não consideramos que as negociações se encerraram, apesar da greve, e, por isso, não achamos que o impasse deva ser resolvido na Justiça do Trabalho”, argumentou.

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