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Interior do Teatro Amazonas |
Estive em Manaus semana passada e fiquei impressionado com o modo como as nossas cidades vão ficando cada vez mais parecidas, cheias daqueles monstrengos erguidos pela cultura do automóvel. A degradação urbana toma conta até de locais com grande potencial de preservação histórica e ambiental.
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Autor manauara valorizado nas ruas |
Com quase dois milhões de habitantes, Manaus é mítica no seu papel de portal da floresta, esta de fato exuberante, mas, infelizmente, não passa muito disso quando nos limitamos à sua área urbana. Há, claro, o Teatro Amazonas e o seu entorno. E, em termos turísticos, é praticamente só.
A pobreza ainda se alastra e sinaliza o quanto a vida deve ser ainda mais dura no interior do Amazonas. Há locais praticamente isolados. Ir a Manaus para boa parte da população amazonense é algo praticamente inviável. Os preços dos transportes aquaviários são extorsivos e as condições são inseguras.
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Um aviso para proteger as mãos de cortes |
Os turistas gringos passam ao largo de tudo isso. Vão do aeroporto para uma área de hotéis, passando pela chamada avenida do turismo, e de lá seguem em pacotes para os destinos amazônicos. Fazem as fotinhas no encontro das águas, enchem a cara nos melhores barcos, compram lembrancinhas caríssimas, e voltam contando aventuras na selva.
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Fachada de editora no entorno do Teatro Amazonas |
Mas, sempre há um mas, há o povo sacanamente bem humorado e, também, um pujante cenário rock (sim, caros, nem tudo é boi Caprichoso e Garantido não). Quem gosta de genuínas bandas de garagem não pode deixar de ir ao Porão do Alemão. A casa bomba especialmente às quarta-feiras e a qualidade musical da moçada é impressionante.
Há ainda aquelas figuras femininas que parecem ter saído de alguns clássicos da literatura brasileira. Não parecem reais. Eu juro que vi pelo menos umas três Iracemas. Mas sobre isso, compreenda o leitor, não posso me alongar. Além do mais, é preciso ver para entender.
Abaixo, matéria de portal local sobre o Porão do Alemão:
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